sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Long Way .... onde???



Uyuni....!!!! que lugar mágico... Nada mais que o maior salar do mundo. Muiiito maior que o Salar do Atacama, o segundo no mundo. Uyuni é um lugar que todos devemos conhecer, e desfrutar.

Eu e Armando (como sempre..rsrsrs..) achamos melhor contratar em Potosi mesmo uma 4x4 para ir conhecer Uyuni. Não tínhamos a menor idéia como estavam as condições da estrada de terra que liga Potosi à Uyuni e, com a embreagem do Armando em quarentena, concordamos em ir de carro (eta programa de cochinha...hahahah). Mas acabou valendo. São 210 km de uma estrada razoável, que de 4x4 levou nada mais, nada menos que 5 horas. Esta estrada esta sendo toda trabalhada para receber asfalto (quem esta fazendo a obra é a brasileira OAS) e há muitos desvios. Mas esta bem transitável, seja de carro ou de moto. Acabamos curtindo o caminho, num esquema bem de turista. O motorista do 4x4 (Sr. Hugo) é super gente boa. Faz este percurso há 21 anos e conhece tudo daquela região. Fomos só eu e Armando no carro a assim pudemos ficar batendo papo, ouvindo todas as estórias sobre Potosi e Uyuni. Quando contamos para ele sobre a nossa pseudo aventura no dia anterior, quando tentamos ir de Oruro à Uyuni, ele nos explicou. Esta estrada também está sendo asfaltada e os primeiros 50 km são do tão arenoso desvio. Depois, a estrada fica “normal”, para os padrões bolivianos..hehehe.. Bem.. rodamos 10 km e quase morremos.. mas valeu.



Com as ajuda do Hugo, fomos conhecer Uyuni, em um esquema de ida e volta no mesmo dia. Bem cansativo, mas glorificante.

Fomos direto para o salar e para a Isla Inkahuari. É uma ilha no meio do salar, de pedra e coberta por cáquitos gigantes. Tem cáquitos de mais de 1.000 anos. Tem um pequeno restaurante e, para variar, estava com muitos turistas europeus.



Rodamos pela ilha, desfrutamos uma deliciosa carne de Llama no tal restaurante e seguimos para conhecer os demais pontos interessantes.



O Hotel de Sal, as nascentes, o artesanato local e por fim o cemitério de locomotivas. O salar é lindo e acredito que fica mais fascinante na época das chuvas, quando uma camada de água de 5 a 10 cm cobre todo o salar, virando um espelho.......










Chegamos de volta à Potosi às 22 horas e fomos descansar, pensando já na viagem do dia seguinte. O Hugo nos disse que tinha estado 2 semanas antes em Villazon (fronteira com La Quica, Argentina) e nos passou todas as dicas da estrada. Seria na verdade 350 km, sendo 90 de asfalta e o restante, 260, de terra. Ele nos disse que a estrada estava relativamente boa, mas com muitas costelas e com muita poeira. O trânsito de caminhões e ônibus seria intenso. Estávamos bem tranqüilos e no dia seguinte, partimos cedo para Villazon..... e..... foi dureza..hahahaha....



Realmente a estrada não tem nada de super especial, mas as costelas são algo de louco. Não havia como achar um ritmo legal. O Armando ainda estava ressabiado com a areia de Oruro e optou por um ritmo bem mais lento, bem mais seguro. Eu, incorporando um pouco o espírito do Nicolas..rsrsrs, achei um ritmo mais rápido, tipo entre 80 e 90 km/h. Assim a ressonância das costelas era menor e ficava mais divertido. Mas a adrenalina, principalmente devido aos pneus estradeiros, era louca. A moto escorregava muito e a luz de aviso do controle de tração não parava de piscar..rsrsrs... valeu cada centavo que paguei...hahaha... Tudo ia bem. Eu avançava e parava para esperar o Armando. Até que em uma curva, que entrei forte, a moto atravessou e para não cair, entrei numa vala lateral. Tudo bem. Nada de terreno comprado, mas tive que esperar o Armando, para me ajudar a sair. A moto ficou atolada. Depois disso, acabei acompanhando a Armando, num ritmo mais seguro. Cair naquele fim de mundo não era uma boa idéia.

No caminho, ainda pegamos uma pequena travessia de rio. Legal.... quero mais...rsrsrsrs...


Chegando em Villazon, totalmente exaustos, o que encontramos???? Um novo desvio, da estrada principal. E o que tinha neste desvio???? Areia solta, é claro..hahaha... E desta vez, quem deixou a moto cair fui eu. Pilotando em pé, me achando o fodão, peguei um fosso cheio de talco... a roda dianteira escorregou e eu ascelerei para não cair. A moto seguiu bem, mas foi na direção do banco de areia lateral. Não teve como passar. A GS atolou e, quando pus o pé no chão, afundei, com a moto. Caímos parados, igualzinho ao Armando. E olha que ainda fiquei preso na areia fofa. Muita risada, ajuda do mano Armando para levantar a GS, e seguimos para Villazon. Agora eu e Armando estávamos empatados. Cada um com um terreninho e um atoleiro..rsrsrs...


Chegamos em Villazon às 15:00 horas e levamos, nada mais, nada menos, que 3 horas para passar. Culpa da lentidão da alfândega argentina. Avaliamos o estado das motos e as duas apresentaram o mesmíssimo problema: a fixação do paralama traseiro (aquele todo estiloso) não agüentou a estrada. Ambas quebraram. Algumas abraçadeiras e seguimos viagem.


Tínhamos a idéia de dormir em Salta e lá veríamos como seria o resto da viagem. Armando teria que seguir de imediato, pois tinha que encontrar a sua amada em Campos do Jordão, na sexta (era terça-feira). Eu tinha mais tempo e queria muito conhecer Salta.

Mas eu estava com uma sensação muito ruim, depois de sair de Villazon (ou La Quiaca). Não sabia o que era. Apenas não estava legal. Pegamos a estrada e, já de noite, eu na frente, Armando me seguindo, passamos por uma ponte. Logo depois da ponte, uma bando de burros negros, todos pastando na beira da estrada. Me deu um frio na barriga e resolvi parar, na primeira cidade que visse. Sempre acreditei no meu anjo e logo em seguida, um hotel, na beira da estrada, junto à um posto policial, na cidade de Huacalera. Parei e falei com a Armando da minha sensação ruim. Ela nem pensou duas vezes. Vamos ficar por aqui. Nota 10. Hotel super simples, mas “jantamos” um café com leite quente, com pão delicioso (argentino) e dormimos super bem. Concordamos... era o melhor hotel da viagem..hehehehe..

No dia seguinte, seguimos juntos. Decidi acompanhar o Armando e aproveitar o resto das férias com a minha família, em Goiânia, Brasília e BH. Salta ficaria para outra oportunidade, que tenho certeza que virá.

O trecho entre Huacalera e Salta é lindo, com as suas montanhas multicoloridas. Como estava feliz de poder ver aquilo, e não ter perdido tudo em uma noite. Mas a paulera estava por vir. Eu já sabia da fama do Chaco Argentino, mas não esperava tanto. Saímos de Huacalera com 10 graus, e após Salta, atravessamos o Chaco com 42 graus....700 km, 42 graus e muito fogo. Em um ponto da estrada, a policia interrompeu o trânsito, devido aos focos de incêndio. Um verdadeiro inferno. Depois que liberaram, eu e Armando fomos passar. Loucura. Em um trecho não dava para ver nada, sequer respirar. Foram alguns segundos de muito medo. Medo de passar mal e cair. Mas vingamos, e fomos dormir em Corrientes. Hotel nota 10, hospitalidade nota 10. Jantamos um delicioso sanduíche de lomo, numa calçada movimentada, num clima excelente. Nem, parecia que tínhamos passado um inferno naquela tarde.




E na manhã seguinte????????... Me desculpem... mas como eu disse para o Armando: nós dois, em algum momento, “jogamos pedra na cruz”...rsrsrs... acordamos e nos preparamos para sair, simplesmente debaixo de o maior pé dágua. Acho que como reclamamos muito do calor e dos incêndios, o dia seguinte seria calibrado com muita água. E coloca água nisto. Foram 750 km de água, sem parar, nenhum segundo. E entre Corrientes e Posadas, além da chuva torrencial, muito vento, oscilante. Foi talvez o dia mais cansativo, para nós. A tensão da chuva e do vento colocou os músculos dos ombros em stress total. Chegamos em Cascavel, já no Brasil, moídos.

Para relaxar, fomos num rodízio.... eu estava morrendo de saudades de um arroz, com feijão e carne brasileira..heheheh..

E foi nesta manhã, que eu e Armando nos separamos, depois de 10.500 km viajando juntos. Armando seguiu para Campos do Jordão, bem cedo. E sai um pouco mais tarde, com destino à São José do Rio Preto (onde estou agora). Amanhã sigo para Goiânia, para passar o final de semana com a minha irmã. Em seguida Brasília, para estar com a minha outra irmã e minha mãe, e depois BH... para ver os meus irmãos e principalmente tentar (só tentar) matar a saudade da pessoa que mais amo nesta vida: a minha filha, Flora.

Devo chegar ao Rio no final de semana seguinte (dia 7) e me preparar para voltar ao trampo.

O dia de hoje, 745 km, foi atípico. Primeiro dia viajando sozinho. Atravessei o Paraná, com as suas imensas plantações de soja e milho, e também praticamente venci o estado de São Paulo, com o horizonte dominado pelas plantações de cana.

Na minha mente só vinham as paisagens da Argentina, Chile, Peru e Bolívia. E não há como não perceber o quanto forte o Brasil é, com a sua super generosa geografia, que propicia uma agricultura invejável aos nossos visinhos. Principalmente ao Peru e à Bolívia, que ainda vivem ao estilo e tradição inka, plantando onde é possível, os mais variados tipos de grãos.



Outra coisa que também não me sai da mente é a aventura da Kátia e do Maurício. Durante estes dias, mantivemos contato com os dois, para informá-los das condições das estradas e saber como estavam. E, no trecho entre La Paz e Potozi, ficamos sabendo que o Mauricio foi literalmente “atropelado” por uma vaga. Felizmente os danos foram mais materiais e uma torção do pé direito do Maurício. E e Armando nos sentimos incapazes de ajudar, pois quando soubemos deste acidente, já estávamos em Corrientes. Mas conversamos muito com a Kátia e Maurício e mandamos toda a energia positiva possível. Eles devem ter feito o passeio do Salar, também com o Hugo, e estão executando a viagem entre Potosi e Villazon. Devem fazer em duas etapas. Vamos tentar manter contato com eles.

Abração a todos...e até mais..

domingo, 24 de agosto de 2008

Bolivia.... e pedreira à vista...


Eu e Armando estamos em Potosi, depois de um dia intenso... para nao dizer muito dificil..rsrsrsrs..Conforme jà tinhamos decidido, nos despedimos de Cusco


e nos separamos em dois grupos.


Eu e Armando, seguindo direto para Copacabana, e Katia e Mauricio, seguindo para Puno. Eu e Armando nao iriamos fazer a escalada em La Paz e por este motivo seguimos em um ritmo mais forte, para ganhar tempo. O objetivo principal era chegar a Uyuni, o quanto antes, mas aproveitando um pouco mais do Lago Titicaca. O caminho entre Cusco e a fronteira com a Bolivia, nos já conheciamos, pois foi o mesmo da ida à Cusco. Em um ritmo bem forte, chegamos em Juliarca e, para variar, formos parados pela policia local. A policia de Juliarca é famosa em pedir “propina”. Nao sei se foi pela minha cara de mau humor, mas o milico que nos parou acabou nao pedindo. Nos liberou (depois ficamos sabendo que pediram para a Katia e Mauricio, que passaram depois da gente, um tal de seguro PERU, algo como 200 soles. Mas os malacos da Katia e Mau souberam se livrar, pedindo para ir à delegacia e pagar, cobrando o recibo..rsrsrsr..).Depois de Juliaca, passamos por Puno e na minha opniao, sao as duas piores e mais feias cidades do Peru. Seguimos para fronteira e, sem problemas, passamos para o lado boliviano, nos hospedando na agradável cidade de Copacabana. Ficamos em um hotel com vista para o lago e ainda almocamos (ou jantamos) um fabulosa TRUTA.


Mauricio acabaram desistindo de ficar em Puno (tiveram a mesma impressao ruim nossa) e seguiram também para Copacabana. Nos encontramos no final do dia. Eta grupo dificil..rsrsrsrs...





Na manha seguinte, nos quatro seguimos para um tour de barco para conhecer a Isla del Sol. Amei a ilha.... um excelente lugar para passar um final de semana, de preferencia bem acompanhado..rsrsrs... O Lago Titicana é lindo, principalmente no lado boliviano. Parece um mar, de tao grande.








No mesmo dia nos despedimos da Katia e Mau e seguimos, com o objetivo de dormir em Oruro. Conseguimos, sem problemas. Apenas passar por La Paz é um trauma. E olha que nao passamos pelo centro. Conseguimos dar a volta. Conheco poucas cidades tao baguncadas como La Paz (talvez Caracas...rsrsrsr)..







Quando me formei, em 1993, vim trabalhar na Bolivia, por 5 meses. Trabalhava para a Andrade Gutierrez e fui cobrir a licenca de um engenheiro mecanico. Tratava-se da construcao de uma estrada no altiplano boliviano, ligando as cidades de Patacamaia e Tambo Quemado, na fronteira com o Chile. Foi a minha experiencia internacional e ficou muito marcada, pelos extremos de temperatura (- 18 graus) e altitude (4.500 m). Entre La Paz e Oruro, passamos por Patacamaia e foi muito legal sentir aquela sensacao forte, saudosa. Legal... Quase peguei a estrada..hahaha..


Em Oruro, nos hospedamos em um hotel bem encima da rodoviaria da cidade. Super esquisito (no portugues). Jantamos bem no centro, onde estava ocorendo, para vaia, uma festa local, e hoje pela manha, depois de ver o Brasil perder dos USA no volei, pegamos estrada, em direca à Uyuni.



Na saida de Oruro, como já sabiamos que há falta de gasolina na Bolivia, enchemos os tanques e completamos os tanques extras que eu levo ( 2 de 2 litros Touratech e um de 4 litros laranja..rsrsrs... a moto do Armando, por ser ADV, leva já 33 litros).



Na estrada, tudo perfeito... estrada legal... transito um pouco intenso, mas facil de livrar. E chegamos em uma pequena cidade chamada Challapata. Confirmamos: realmente há falta de gasolina na Bolivia. Gasolina somente na cidade seguinte, e mesmo assim, de barril, custando o triplo do normal. Fazer o que??.. Estavamos andando maneiro, com as duas BMs fazendo mais de 20 por litro, sempre acima dos 4.000 metros. Mas por seguranca, compramos mais 10 litros (5 para cada) e completamos novamente os tanques. Pelo meu mapa, Challapata era a ultima estrada com asfalto, antes de Uyuni.



Mas a asfalto se estendeu até Huari, onde compramos a tal gasolina. Tanques cheios, direcao confirmada, seguimos para Uyuni. Eu e Armando decidimos dividir o trecho em dois. O primeiro trecho eu iria na frente. Assim, ambos “comeriam” o mesmo tanto de poeira..rsrsrsrs.. seriam no total 180 km, de estrada de terra.... bemmmm... nao foi assim...rsrsrsrs.. Nos primeiros 10 Km, nao havia como pilotar sentado. Só em pé e brigando para a moto nao ir ao chao. O problema: areia solta. Nada de ripio, como vimos no Paso San Franciso, e sim muita areia solta, tipo talco. 10 Km em pé e parei, para pegar folego. Estava exausto. Olhei para trás e KD O ARMANDO?????... desci da moto e, algo como 200 metros antes, vi o Armando, ao lado da moto, tombada. Fui andando e, batata... a estrada é praticamente só de areia fofa e numa destas, com a ADV lotada de gasolina, nao houve como segurar. A moto tombou. Nada aconteceu, apenas deitou, tipo boi quando deita. E nao há como apenas uma pessoa levantar uma GS ADV, com 3 baus e tanque cheio. Nos dois levantamos a moto e pensamos. Se os 180 km forem assim, nao há como chegar. Pelo menos com as motos com os pneus originais e tao pesadas. Olhando o horizonte, percebemos um trafego maior a cerca de 2 Km (percebemos pela poeira..heheehehe). Entre nós este esta poeira, havia uma estrada aparentemente melhor. Fui buscar a minha moto e pegamos a estradinha secundária. Bem melhor que a original, mas com os mesmos bolsoes de areia. Fui na frente novamente e depois de uns 2 km, parei. Olhei para trás e KD O ARMANDO?????... Nao conseguia sequer ve-lo. Peguei a moto, dei meia volta e fui busca-lo. Achei o Armando com a ADV atolada, mas nao no chao. Para nao cair, ele atravessou um pequeno banco de areia e atolou. Depois de muita forca, desatolamos a ADV e seguimos. Achamos um trecho com asfalto (???????)... seguimos e, depois de perguntar para um local, ficamos sabendo que tratava-se da verdadeira estrada, que estava sendo asfaltada, mas nao estava liberada. Caminhos alternativos foram construidos. Só que este “alternativos” eram basicamente de areia. Decididos mudar a estratégia e seguir para Potosi. De lá, veriamos como chegar em Uyuni. Pegamos novamente o asfalto e 7 km antes de Potosi, nova surpresa. De longe vislumbramos a estrada totalmente travada, de caminhoes, onibus, carros, llamas, etc.... rrsrsrss.. tudo parado. Pensei na hora: bloqueio (já tinha noticias que entre Potosi e Sucre havia um bloqueio de 5 dias). Assim que travamos no bloqueio, perguntamos e ficamos sabendo que na verdade era uma FESTAAAAAAA..... PELO AMOR DE DEUS::::.... vai gostar de festa assim la na casa do chapéu...........

Com muita dificuldade, fomos enfiando as motos no meio dos carros, eu na fente e Armando atrás. Assim que consegui me livrar um pouco daquela loucura, parei para esperar o Armando. Como este estava demorando, comecei a voltar a pé. Ele passou logo em seguida. E o que aconteceu??? Simples: ele atropelou um cone e a policia queria prende-lo..hahahahaha... teve que morrer em 100 bolivianos (porque nao tinha 50 trocados...rsrsrsrs). Tudo bem... mas todo aquele congestionamento, somado ao stress do atoleiro de areia em Huari, fizeram a embreagem da ADV do Armando fritar. Saia tanta fumaca que achei que a moto ia pegar fogo. E nao tinha como parar, pois nao havia acostamento. Paramos apenas na entrada de Potosi, para esperar esfriar. Apos uns 20 minutos, funcionamos a moto e percebemos que o disco descolou. Beleza. Seguimos para Potosi e nos hospedamos em um execelente hotel, para compensar a loucura do dia. Agora estamos estudando a melhor alternativa para ir a Uyuni. Nao acreditamos que a ADV do Armando aguente mais um desaforo na embreagem e para chegar a Uyuni temos nada mais nada menos que 6 horas de estrada de terra. Eu irei modificar os meus planos de volta ao Brasil e devo acompanhar o Armando, até a Argentina. Para chegar lá, teremos 120 km de terra (entre Isayachi e La Quiaca), alem de diversos pontos da estrada em construcao (e de terra..rsrsrsr), e o trauma dos 10 de areia ainda é forte. Eu acredito que as estradas que ainda vamos passar, de terra, estejam bem melhores. Nao é possivel piorar, mas por via das dúvidas, vamos em duas motos. Deixo o Pantanal para outra oportunidade. Assim que possível, mandamos notícias. Já avisamos à Katia e Mau (que estao em La Paz). Assim, eles devem seguir o que devemos fazer. Para mim e Armando, esta viagem tem 4 pontos importantes: Paso San Francisco, Atacama, Muchupicchu e Uynuni. E eu nao irei desistir de Uyuni...hehehehe...
Abracao...

Túlio

HAAA:... estava me esquecendo... as fotos da ADV deitada e atolada, estao na máquina do Armando..rsrsrs..















quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Maravilhas peruanas..

Bom....sabem o que havia dito sobre as belezas insuperáveis do Deserto do Atacama? Ainda não mudei de idéia, mas assumo que as maravilhas do Peru estão me convencendo que não existe uma beleza suprema. Existem sim, belezas específicas, de cada lugar. E o Peru, país que eu ainda não conhecia, esta repleto destas belezas. Com os seus pampas desérticos, seus cânions insuperáveis em tamanho e beleza (Cânon de Colga e Cânon de Cotahuasi) e as suas cidades Inkas.
Aproveitamos bem a tarde e a noite em Arequipa e, fugindo do transito totalmente louco daquela cidade, na manha seguinte seguimos para Chivay.

Viagem tranqüila, apenas com um pequeno trecho da estrada em péssimas condições.

Foi neste trecho que atingimos, até o momento, a maior altitude. No meu GPS, 4.887 metros (em um marco local, 4.910 metros). Estamos bem aclimatados e não sentimos dificuldade com a altitude.




A cidade de Chivay fica mais de 1.000 metros abaixo deste nível e a descida é fascinante. Curvas em caracol, visual de tirar o fôlego. Em Chivay, também em festas, aproveitamos cada minuto.





No mesmo dia que chagamos, pudemos aproveitar as festas locais e eu e Armando ainda acompanhamos uma parte de uma tourada, bem ao estilo espanhol.

O primeiro touro foi legal, apesar de meio lerdo...rsrsrsrs... e foi poupado. Já o segundo touro (El Padrino) era brabo pacas e acabou sendo abatido. Confesso que não gostei nada desta parte e resolvemos ir embora.


Chivay é uma cidadezinha bem legal, encravada no fundo de um vale. Durante o dia, com sol, temperatura super agradável. Mas quando o sol se poe, a temperatura despenca, para negativos.
Na manha seguinte, saímos bem cedo, para conhecer o Cânon Colga e tentar ver os condores, que só voam bem cedo e no final da tarde. O Cânon é incrível. A profundidade é algo assustadora e conseguimos, bem a distancia, ver o vôo de alguns condores.




Este lugar mexeu comigo pois os extremos sempre me atraíram.
No mesmo dia, à tarde, eu e Armando ainda curtimos as termas de Chivay e aproveitamos para “sofrer” durante uma hora de masagem...rsrsrsrs... eu não sabia que podia estalar tantos assos..hahaha... até a orelha estalou...hehe.. bem relaxante e depois de mais de 7.000 km rodados, era o que precisávamos.


Na manha seguinte, nos despedimos de Chivay e seguimos para Cusco, numa viagem de pouco mais de 600 km. E no caminho, já a mais de 4.500 metros de altitude, fomos surpreendidos (e agraciados) com nada mais que uma erupção de um Vulcão... eu sempre gostei de vulcões, mas nunca poderia imaginar que veria uma erupçao. Um guia local me falou que o vulcão se chama Ubinas e está em atividade já à alguns meses. Uma pequena cidade que fica situada aos pés deste vulcão já teria sido evacuada.

















Chegamos em Cusco no final da tarde e depois de hospedados, fui ao encontro da minha família. A minha mãe (Mami Norma) sempre quis conhecer MachuPicchu e aproveitou que eu estaria aqui neste período para também vir. Além dela, vieram um casal de tios (Nem e Regina) e um primo (Dudu).

Eu me juntei à eles para curtir estes dois dias em Cusco. Iriamos conhecer, além da belíssima cidade de Cusco, a região do Vale Sagrado (Ollantaytambo, Moray, Pisac e Chinchero) e obviamente MachuPicchu. Não conseguimos fechar os pacotes para os mesmos dias da Kátia, Mauricio e Armando, que iriam conhecer os mesmos locais, mas em dias apostos. Assim, acabamos em dois grupos. E foi muito bom, pois pude curtir mais de perto a minha família, e principalmente a minha mãe...















Os passeios foram ótimos, apesar do grande número de turistas.... é turista de tudo que é lado, mas principalmente da Europa. O ponto alto, óbvio, foi MachuPitcchu, que visitamos ontem. E não somente pela beleza das ruínas, mas pelo conjunto formado pelas montanhas. Fiquei com uma sensação de “quero mais”, principalmente para fazer o caminho que dura 4 dias. Coloquei na minha cabeça que vou fazer... e já tenho até a data..hehehe..

















Hoje ainda vou rodar pela cidade de Cusco e amanha bem cedo, partimos para Bolívia. Eu e Armando resolvemos mudar os planos e não iremos mais fazer a escalada em La Paz. Assim ganhamos três dias, curtimos mais um pouco o lago Titicaca e depois seguimos direto para Uyuni. De Uyuni, vamos tentar seguir direto para Santa Cruz e depois Corumbá. No Brasil, vamos pelo Pantanal e devemos nos separar em seguida, Armando seguindo direto para o Rio e eu ainda passando por Goiânia, Brasília e Belo Horizonte. Bom, este é o objetivo. Se vamos conseguir...rsrsrs... não sei. O maior problema talvez sejam os bloqueios nas estradas bolivianas.
Assim que puder, mando mais noticias. Sei que a internet na Bolívia não é boa e talvez consigamos somente em Santa Cruz.

Abracao à todos e valeu pelos vários e-mails que estamos recebendo.

tuliopintosilva@yahoo.com.br



sexta-feira, 15 de agosto de 2008

"Tá fudiiiiido!!!!!!!!...."



Hahahaha… foi o que ouvimos na aduana Peruana, do cara que vistoriava os veículos…rsrsrrs.. ele trabalhou na fronteira do Peru com o Brasil e reconheceu a gente na hora… Mas a passagem pela fronteira foi bem tranquila. Demorada (2 h 40min), mas sem stress. Muito papel, principalmente na entrada do Peru..

Mas antes de falar do Peru (estamos em Arequipa), preciso pedir licenca aos meus colegas de viagem e afirmar: vai ser difícil encontrar no resto da viagem lugares mais bonitos que o deserto do Atacama. Acho que os salares de Uyuni podem equivaler. Machupichu vai ter uma beleza diferente, muito mais pelo significado, que pelo visual..

Nos dois dias que passamos em San Pedro, pudemos conhecer, alem dos geisers e piscinas quentes, o Salar do Atacama e o Salar de Tara, este último situado quase na fronteira entre Chile, Bolivia e Argentina, a mais de 4.500 metros de altura. Foi um dia especial, este passeio pelo Salar de Tara. Inclusive com direito a almoco aos pés da “Catedral”, formacao rochosa criada pela erosao dos ventos. As nossas normais máquinas de tirar foto simplesmente nao conseguem capturar a imensidao que é o deserto, a variacao das cores, a sinuancia das montanhas, o frio extremo do vento andino. Entao…. Um conselho: nao percam a oportunidade de visitar toda esta regiao.

Nos despedimos de San Pedro de Acatama na quarta cedo, eu ainda com ressaca do porre do excelente vinho chileno do jantr da noite anterior. Saimos para jantar com o grupo que nos acompanhou nos passeios. Um casal de españoles e três francesas, estudantes. Muito legal esta possibilidade de intercambio cultural, em lugar como San Pedro.

De San Pedro, seguimos para Iquique, 493 km, pelo litoral. Dia feio (fechado) e visual rezoável. Ainda existe muita sujeira nas estradas chilenas e o dia cinza entristeceu um pouco a despedida de San Pedro. De Iquique, seguimos logo cedo e cruzamos a fronteira com o Peru, na quinta. Acabamos dormindo em Moquegua, depois de percorrer 525 km. E este dia foi muito bom. A viagem, por esta parte do deserto, tem o seu charme. Sao retas infinitas, de um deserto de areia fina e a Cordilheira dos Andes te acompanhando pela direita. De repente, uma sequencia de curvas incriveis, deliciosas. Retas nos topos das montanhas, curvas nas transicoes. E no fundo dos vales, onde ainda é possível encontrar água, verdadeiros oasis verdes. E assim é Monquegua, uma cidade nao tao linda, mas encravada no fundo de um vale verde. Terra do melhor pisco peruano e, como nao podeia deixar de ser, jantamos super bem, com piscosauer. Ficamos em um hotel show de bola… e quando entramos na cidade, percebemos o quando caotico e ruim é o transito nas cidades um pouco maiores no Peru. Todo mundo busina, nao existe seta e muito menos faixa. É uma loucura.

Saimos hoje cedo e apenas 220 km depois, já estamos em Arequipa, em plena semana de festas, onde se comemora o aniversário da cidade. Já nos instalamos e como no hotel tem Internet, estou aproveitando..hehehehe.. afinal… foram longos dias sem noticia.

Vamos sair á noite para festejar, com muito pisco e muita farra. Amanha cedo, seguimos para Chivay, onde ficamos dois dias, principalmente para conhecer o Canon de Colca, segundo maior do mundo. Depois seguimos para Cuzco, onde certamente poderei atualizar o site…..

Haaaa.. ia me esquecendo. A estrada entre Moquegua e Arequipa é algo de delicioso. O mesmo deserto, com o seu tom creme lindo, as mesmas retas infinitas e as deliciosas curvas perfectas em descida e subida… hummm… como é bom viajar de moto.. e big-trail.. de bicilindrica… e, que me desculpem os outros… de BMW…hahahahahaha.. ..ou melhor... BM doble VE...

Fui..