domingo, 24 de agosto de 2008

Bolivia.... e pedreira à vista...


Eu e Armando estamos em Potosi, depois de um dia intenso... para nao dizer muito dificil..rsrsrsrs..Conforme jà tinhamos decidido, nos despedimos de Cusco


e nos separamos em dois grupos.


Eu e Armando, seguindo direto para Copacabana, e Katia e Mauricio, seguindo para Puno. Eu e Armando nao iriamos fazer a escalada em La Paz e por este motivo seguimos em um ritmo mais forte, para ganhar tempo. O objetivo principal era chegar a Uyuni, o quanto antes, mas aproveitando um pouco mais do Lago Titicaca. O caminho entre Cusco e a fronteira com a Bolivia, nos já conheciamos, pois foi o mesmo da ida à Cusco. Em um ritmo bem forte, chegamos em Juliarca e, para variar, formos parados pela policia local. A policia de Juliarca é famosa em pedir “propina”. Nao sei se foi pela minha cara de mau humor, mas o milico que nos parou acabou nao pedindo. Nos liberou (depois ficamos sabendo que pediram para a Katia e Mauricio, que passaram depois da gente, um tal de seguro PERU, algo como 200 soles. Mas os malacos da Katia e Mau souberam se livrar, pedindo para ir à delegacia e pagar, cobrando o recibo..rsrsrsr..).Depois de Juliaca, passamos por Puno e na minha opniao, sao as duas piores e mais feias cidades do Peru. Seguimos para fronteira e, sem problemas, passamos para o lado boliviano, nos hospedando na agradável cidade de Copacabana. Ficamos em um hotel com vista para o lago e ainda almocamos (ou jantamos) um fabulosa TRUTA.


Mauricio acabaram desistindo de ficar em Puno (tiveram a mesma impressao ruim nossa) e seguiram também para Copacabana. Nos encontramos no final do dia. Eta grupo dificil..rsrsrsrs...





Na manha seguinte, nos quatro seguimos para um tour de barco para conhecer a Isla del Sol. Amei a ilha.... um excelente lugar para passar um final de semana, de preferencia bem acompanhado..rsrsrs... O Lago Titicana é lindo, principalmente no lado boliviano. Parece um mar, de tao grande.








No mesmo dia nos despedimos da Katia e Mau e seguimos, com o objetivo de dormir em Oruro. Conseguimos, sem problemas. Apenas passar por La Paz é um trauma. E olha que nao passamos pelo centro. Conseguimos dar a volta. Conheco poucas cidades tao baguncadas como La Paz (talvez Caracas...rsrsrsr)..







Quando me formei, em 1993, vim trabalhar na Bolivia, por 5 meses. Trabalhava para a Andrade Gutierrez e fui cobrir a licenca de um engenheiro mecanico. Tratava-se da construcao de uma estrada no altiplano boliviano, ligando as cidades de Patacamaia e Tambo Quemado, na fronteira com o Chile. Foi a minha experiencia internacional e ficou muito marcada, pelos extremos de temperatura (- 18 graus) e altitude (4.500 m). Entre La Paz e Oruro, passamos por Patacamaia e foi muito legal sentir aquela sensacao forte, saudosa. Legal... Quase peguei a estrada..hahaha..


Em Oruro, nos hospedamos em um hotel bem encima da rodoviaria da cidade. Super esquisito (no portugues). Jantamos bem no centro, onde estava ocorendo, para vaia, uma festa local, e hoje pela manha, depois de ver o Brasil perder dos USA no volei, pegamos estrada, em direca à Uyuni.



Na saida de Oruro, como já sabiamos que há falta de gasolina na Bolivia, enchemos os tanques e completamos os tanques extras que eu levo ( 2 de 2 litros Touratech e um de 4 litros laranja..rsrsrs... a moto do Armando, por ser ADV, leva já 33 litros).



Na estrada, tudo perfeito... estrada legal... transito um pouco intenso, mas facil de livrar. E chegamos em uma pequena cidade chamada Challapata. Confirmamos: realmente há falta de gasolina na Bolivia. Gasolina somente na cidade seguinte, e mesmo assim, de barril, custando o triplo do normal. Fazer o que??.. Estavamos andando maneiro, com as duas BMs fazendo mais de 20 por litro, sempre acima dos 4.000 metros. Mas por seguranca, compramos mais 10 litros (5 para cada) e completamos novamente os tanques. Pelo meu mapa, Challapata era a ultima estrada com asfalto, antes de Uyuni.



Mas a asfalto se estendeu até Huari, onde compramos a tal gasolina. Tanques cheios, direcao confirmada, seguimos para Uyuni. Eu e Armando decidimos dividir o trecho em dois. O primeiro trecho eu iria na frente. Assim, ambos “comeriam” o mesmo tanto de poeira..rsrsrsrs.. seriam no total 180 km, de estrada de terra.... bemmmm... nao foi assim...rsrsrsrs.. Nos primeiros 10 Km, nao havia como pilotar sentado. Só em pé e brigando para a moto nao ir ao chao. O problema: areia solta. Nada de ripio, como vimos no Paso San Franciso, e sim muita areia solta, tipo talco. 10 Km em pé e parei, para pegar folego. Estava exausto. Olhei para trás e KD O ARMANDO?????... desci da moto e, algo como 200 metros antes, vi o Armando, ao lado da moto, tombada. Fui andando e, batata... a estrada é praticamente só de areia fofa e numa destas, com a ADV lotada de gasolina, nao houve como segurar. A moto tombou. Nada aconteceu, apenas deitou, tipo boi quando deita. E nao há como apenas uma pessoa levantar uma GS ADV, com 3 baus e tanque cheio. Nos dois levantamos a moto e pensamos. Se os 180 km forem assim, nao há como chegar. Pelo menos com as motos com os pneus originais e tao pesadas. Olhando o horizonte, percebemos um trafego maior a cerca de 2 Km (percebemos pela poeira..heheehehe). Entre nós este esta poeira, havia uma estrada aparentemente melhor. Fui buscar a minha moto e pegamos a estradinha secundária. Bem melhor que a original, mas com os mesmos bolsoes de areia. Fui na frente novamente e depois de uns 2 km, parei. Olhei para trás e KD O ARMANDO?????... Nao conseguia sequer ve-lo. Peguei a moto, dei meia volta e fui busca-lo. Achei o Armando com a ADV atolada, mas nao no chao. Para nao cair, ele atravessou um pequeno banco de areia e atolou. Depois de muita forca, desatolamos a ADV e seguimos. Achamos um trecho com asfalto (???????)... seguimos e, depois de perguntar para um local, ficamos sabendo que tratava-se da verdadeira estrada, que estava sendo asfaltada, mas nao estava liberada. Caminhos alternativos foram construidos. Só que este “alternativos” eram basicamente de areia. Decididos mudar a estratégia e seguir para Potosi. De lá, veriamos como chegar em Uyuni. Pegamos novamente o asfalto e 7 km antes de Potosi, nova surpresa. De longe vislumbramos a estrada totalmente travada, de caminhoes, onibus, carros, llamas, etc.... rrsrsrss.. tudo parado. Pensei na hora: bloqueio (já tinha noticias que entre Potosi e Sucre havia um bloqueio de 5 dias). Assim que travamos no bloqueio, perguntamos e ficamos sabendo que na verdade era uma FESTAAAAAAA..... PELO AMOR DE DEUS::::.... vai gostar de festa assim la na casa do chapéu...........

Com muita dificuldade, fomos enfiando as motos no meio dos carros, eu na fente e Armando atrás. Assim que consegui me livrar um pouco daquela loucura, parei para esperar o Armando. Como este estava demorando, comecei a voltar a pé. Ele passou logo em seguida. E o que aconteceu??? Simples: ele atropelou um cone e a policia queria prende-lo..hahahahaha... teve que morrer em 100 bolivianos (porque nao tinha 50 trocados...rsrsrsrs). Tudo bem... mas todo aquele congestionamento, somado ao stress do atoleiro de areia em Huari, fizeram a embreagem da ADV do Armando fritar. Saia tanta fumaca que achei que a moto ia pegar fogo. E nao tinha como parar, pois nao havia acostamento. Paramos apenas na entrada de Potosi, para esperar esfriar. Apos uns 20 minutos, funcionamos a moto e percebemos que o disco descolou. Beleza. Seguimos para Potosi e nos hospedamos em um execelente hotel, para compensar a loucura do dia. Agora estamos estudando a melhor alternativa para ir a Uyuni. Nao acreditamos que a ADV do Armando aguente mais um desaforo na embreagem e para chegar a Uyuni temos nada mais nada menos que 6 horas de estrada de terra. Eu irei modificar os meus planos de volta ao Brasil e devo acompanhar o Armando, até a Argentina. Para chegar lá, teremos 120 km de terra (entre Isayachi e La Quiaca), alem de diversos pontos da estrada em construcao (e de terra..rsrsrsr), e o trauma dos 10 de areia ainda é forte. Eu acredito que as estradas que ainda vamos passar, de terra, estejam bem melhores. Nao é possivel piorar, mas por via das dúvidas, vamos em duas motos. Deixo o Pantanal para outra oportunidade. Assim que possível, mandamos notícias. Já avisamos à Katia e Mau (que estao em La Paz). Assim, eles devem seguir o que devemos fazer. Para mim e Armando, esta viagem tem 4 pontos importantes: Paso San Francisco, Atacama, Muchupicchu e Uynuni. E eu nao irei desistir de Uyuni...hehehehe...
Abracao...

Túlio

HAAA:... estava me esquecendo... as fotos da ADV deitada e atolada, estao na máquina do Armando..rsrsrs..